sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Taliesyn Rock Bar


Foto: Gabriel Pereira Knoll
Quarta-feira à noite em Florianópolis. Considero que há poucos lugares em que eu consiga ir para ouvir uma boa música ao vivo, e também adequada ao meu gosto musical. Um desses poucos lugares é o Taliesyn Rock bar.

Não é o bar que “eu pedi a Deus”, mas é alguma coisa. A começar, não tem comida! Antigamente havia uns sandubas e frios, porém hoje só consigo um amendoim com pimenta e muito (muiiito) sal. Até o rapaz do balcão pede comida pela tele-entrega.


Além da falta de comida, as bebidas também não são muitas para se escolher. Se você tiver sorte pode ter Heineken, como aconteceu nesta quarta! Já Kronenbier sempre tem, embora só um freqüentador a deguste (paradoxalmente, o mais maluco beleza). Para quem quer álcool mesmo, tem uísque, vinho, etc...não obstante há poucos rótulos para serem desfrutados.
Foto: Alessandra Knoll Pereira

O local é num estilo rústico, com móveis antigos e costumava ter mais fungos nas paredes que o meu pulmão gostaria. Nos últimos meses, passou pelo que eles [donos e sócios] chamaram de “reforma”. Pintaram as paredes, mudaram uns quadros de lugar, deram espaço para grafitagem. Mas como o prédio é velho e os recursos (creio eu) são limitados, não houve uma grande transformação. A melhor mudança, para os não fumantes, foi que a fumaça do cigarro diminuiu um pouco depois que começaram a abrir as janelas.

Ao perceber o tamanho do lugar, parece não haver espaço para bandas de Rock’n’Roll. Mas isto fica apenas na nossa percepção falha. Algumas boas bandas já passaram por lá, deixando o bar um verdadeiro campo de batalha de sovaco e braços pra cima segurando copos e garrafas. Dificilmente haverá uma banda ruim - ou músicos ruins. E quando não há bandas programadas, o espaço é reservado aos músicos da casa com seu conjunto Texugo Na Greta. Embora as bandas sejam ótimas, não há como negar a falta que faz um tratamento acústico, e, profissionais especializados em sonorização. Espaço pequeno, muita gente e música alta: não há como dar certo! A conversa fica complicada, os dançarinos de plantão fazem a temperatura do ambiente subir e aí foi-se a cerveja gelada ou as pedrinhas de gelo no copo de uísque.
Foto: Alessandra Knoll Pereira

Foto: Gabriel Pereira Knoll

Foto: Alessandra Knoll Pereira
Mas, por quê, então, ir no Taliesyn? Porque lá é um espaço para os artistas da cidade, geralmente esquecidos, com seus repertórios “ultrapassados”. É um local para reviver principalmente os anos 1960 e 70, ou até mesmo redescobri-lo (como é o caso das noites que John e Taninha, da banda Long Players, apresentam o lado B dos Beatles, Rolling Stones, etc). Há também as noites que rolam umas Jams e vários se “arriscam” a tocar o que lhes venha à cabeça (ou não, no caso dos bêbados que esquecem as músicas que estão tocando), abrindo espaço para a democracia, muito além dos PUBs que vemos por aí, que deveriam ser democráticos, não é? Públicos? Essa onda liberal se estende até o banheiro, que antes nem tinha as placas de “F” e “M”, e mesmo com elas, atualmente as pessoas vão a qualquer das portas. Tudo junto misturado! Outra questão que salva o bar é a localização, que por ser na parte “tradicional” da cidade (pertinho da Catedral Metropolitana) deixa parecer que tudo faz parte do show, uma coisa meio cult, tipo aquele cabelo desarrumado, um charme natural.

Foto: site Taliesyn
Informações adicionais: Localizado na Rua Coronel Fernando Machado, nº 36, Centro, próximo à Praça XV de Novembro. A entrada varia de 2 a 10 reais e fica aberto em dias e horários incógnitos. Geralmente nas noites de terça-feira a domingo.




Mais informações no site: http://www.taliesyn.com.br/

6 comentários:

  1. Parece um bom lugar. Não se fazem lugares mais assim.

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  2. Um lugar pro rock. Não se encontram mais lugares assim.
    Onde eu moro, não existe nada do tipo. Sinto falta.
    O que resta é contentar-se com as noites na varanda e violão, e o fundo do ônibus da faculdade em noites de sexta feira.
    Adorei a forma como escreves! (:

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  3. Floripa é uma das mais belas cidades do Brasil.
    E ouvir um bom rock num lugar assim, não tem preço.
    Abraço

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  4. Com certeza, Will e Jeni, não tem preço.

    Sabe Scaarlat, penso que também não tem preço este charme de cidade menor, acho que é por isso que gosto de músicos canadenses (alanis, nickelback, Avril) que passam muito dessa coisa de cidade pequena, da falta do que fazer... "too much to live here, so hard to leave it". Talvez a falta do que fazer una as pessoas em laços de amizade mais fortes, em passatempos mais criativos... veja o clipe photograph do nickelback e perceba que tem um tesouro escondido nas cidades pequenas. talvez seja a questão da felicidade estar nas coisas pequenas e mais ainda: dentro de nós (é piegas, mas é verdade).
    Floripa também era uma cidade pequena, quando eu era pequena...sinto falta disso tudo. Apesar de ter muito mais lugares para ir, ainda preferia minha velha vida sem trânsito e corre-corre.

    That's all, folks!

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  5. Não conheço Floripa ( ainda )... Mas adoro lugares que tocam rock n' roll, porém aqui em curitiba grande parte destes lugares são "underground = falência" demais.

    Mas fica a minha recomendação caso venha para cá:

    www.crossroads.com.br

    Acredito que um dos melhores bares do gênero aqui na capital.

    Beijos, estou seguindo vc.

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  6. Sinceramente, o bar é muito caro para um lugar que está "caindo aos pedaços". Mas a coisa não está fácil pra ninguém, aliás. Acredito que ainda vá melhorar bastante.

    Parabéns pelo blog, é uma ótima iniciativa.

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