sábado, 19 de novembro de 2011

O Novo Clube da Luta no Night Club

A história voltou a ser cogitada na "Ilha da Magia": vamos escutar bandas com músicas próprias, feitas aqui nesta terrinha tão garrida. O local escolhido para este evento foi o Night Club. Isto tudo é muito bom. É contagiante escutar da boca dos músicos que eles querem mostrar serviço, que eles preferem fazer pequenos shows e com qualidade para o público a esta banalização da música "cover", das releituras que tentam ser mais leituras à releituras... Esta é a cara do Clube da Luta, sempre foi e sempre será assim, não é mesmo, rapaziada?
O Novo Clube da Luta, neste último dia 18, trouxe três bandas não necessariamente da cidade, para reabrir esta fantástica ideia: Blame, Somato e Califaliza. Tudo estava perfeito: o tamanho da casa de shows; os equipamentos; o local (até que enfim uma noite na região do centro da cidade!); o carisma das pessoas que nos atenderam. Não havia o quê questionar. De quebra, o Jean Mafra estava lá, discotecando e fazendo uns mixes de músicas muito legais.
 



A primeira banda a se apresentar foi Blame.  Os garotos chegaram com tudo! Muito estilo, simpatia e vigor. Entretanto, a música ainda é adolescente demais para estes garotos que não são mais garotos. Com aqueles riffs já 'manjadinhos' pra quem faz música, com refrões que lembram sempre uma outra banda. Solos que sempre pulam à mente o de outra banda já famosa, fez aquela empolgação estética dos olhos virar uma decepção gigante para os ouvidos. Confesso que antes deles terminarem a terceira música, o sono bateu.
Que fique claro, não estou entrando no mérito da qualidade técnica dos músicos, porque pelo que vi, eles são muito bons, sabem tocar, principalmente o guitarrista e o baixista - as pontas da banda. É notável que eles são estudiosos. Mas o fato é que escutar a Blame foi desanimador naquela noite. 
No final das contas, o vocalista da banda, fala com o público, incentivando a que escutemos mais músicas próprias. Concordo com você, Paulo. Você está de parabéns até agora. Mas ao dizer que "a gente não consegue, ainda, viver disso" não foi elegante da sua parte - você não estava falando com amigos no boteco da esquina, mas com o público; ou o público era de amigos? Este pedido de clemência pareceu desesperador e chato. O público que vai ao show de bandas que tocam música próprias estão lá para escutar música, não reclamações. Sabe, eu já estou indo no Clube da Luta porque sei dos problemas com as músicas autorais, então, não há nenhuma novidade. 

A segunda banda a entrar no palco foi a Somato. Sem sombra de dúvidas, é uma banda a ser destacada. Teclado, violão celo, cajon... A banda é bem divertida, as músicas são muito bem compostas, são maduras, fazem os ouvidos se deliciarem! O casal "front-man" com o teclado e violão fazem um belo espetáculo. Mas sem o violão celo, a guitarra e o Cajón, nada disso seria possível. 
O que podemos fazer com esta banda é dar-lhes os parabéns pelas incríveis músicas e talento de composição. Tanto é verdade, que no final de cada música a banda era aplaudida veementemente pelo público. 
Foi gostoso ver a banda Somato. As músicas foram tocadas com maestria, mesmo havendo alguns problemas com o som - que insistiu o tempo todo!




De quebra, digo que a Somato é uma das bandas que mais me atraiu nestes últimos anos. A qualidade musical, os arranjos e os "climões" criados pelo violão celo deixaram aquele ambiente muito prazeroso.

Já a banda Califaliza entrou no palco com muita empolgação - se destacou. Entretanto, quem já escutou as músicas feitas no estúdio e o show de sexta (18), viu que a mesa deixou muito a desejar. Toda aquela potência, agressividade foi jogada no lixo. Os show da banda não passou de um encontro de amigos. No final, só ficaram integrantes de outras bandas e uns poucos amigos e desconhecidos para escutar o trabalho da Califaliza. 
Ainda, a banda sofre do mesmo problema citado acima: o som está 'meio adolescente demais'. É interessante, assim como a banda Blame, os músicos são bons, mas a empolgação é outra!

E por fim, o público! Ah, o público. Ainda continuamos como a capital dos jovens chatos e velhos. Os amigos vão apenas para ver a banda dos amigos, grande parte do público era composto por músicos de outras bandas que vão participar do Novo Clube ou querem participar. Eles pouco se divertem e arranjam sempre uma desculpa para "torcer o nariz" para aquele que "tomou" o seu lugar. É uma juventude meio "assim-sim". Participou pouco, interagiu quase nada e fez o clima noturno parecer um velório de comediante - engraçado, mas ainda um velório. 

Às bandas e leitores, fiz uma crítica honesta e sincera do que vi. Desculpem a franqueza, mas o Clube da Luta decaiu muito, não na qualidade dos músicos, mas na qualidade das músicas.



Texto: Gabriel P. Knoll
Fotos: Gabriel P. Knoll

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