domingo, 11 de dezembro de 2011

Repúdio aos bares alternativos de Florianópolis

    Há tempos noto que Florianópolis associa alternativos ao dinheiro - o que bem na verdade é um erro a priori. A cena alternativa no final dos anos 1990 e início de 2000 instaurava-se na capital catarinense como uma forma de trazer à gurizada uma saída para o entretenimento e a pequena fama. Naqueles anos, os bares alternativos cobravam merrecas nas entradas, e quando havia uma boa banda - de renome nacional ou apenas uma outra estrangeira -, o ingresso era acrescido de mais dois, três, ou no máximo cinco mangos.

    Tínhamos espaço de sobra para a "alternatividade". Heaven's no Estreito, Bucaneiros (que depois virou Underground) na Lagoa, Matisse no CIC, Subway no Centrão de Floripa. Surgiu depois o Havana, o Plataforma, Chicago Pup (que depois virou Donovan Irish Pup). Relembrar dos nomes dos bares traz certa alegria. 
    Hoje a cidade conta com poucos bares, interessantes, mas poucos. Agora temos duas opções no centro, o Taliesyn e o Blues Velvet, a espelunca do Plataforma ainda insiste em sobreviver e a Lagoa se fechou aos bares "chiques" e de velhos. Entendemos o poder do mercado e por isto damos os parabéns àqueles que ainda estão vivos. 
    Noutra postagem aqui no "Síntese", falei do Taliesyn. O bar é interessante, como havia falado acima e na postagem referente ao bar em questão. Mas ele está fugindo dos limites do senso de coerência. Há anos o bar se arrasta, vendendo apenas bebidas (caras!) e deixando de lado os pratos, ou lanches. E pra não deixar a desejar só na gastronomia, os atuais "gerentes" tiveram a brilhante ideia de cobrar R$7 a entrada nos dias em que não há bandas tocando e de R$12 a R$15 para quando há banda(s). Esta história de preços absurdos ainda não terminou: os sujeitos chegam a cobrar R$5 numa garrafa de Schin! Quanta gente caridosa distribuindo dinheiro pra dono de bar!
    Sinceramente, o ambiente não vale o preço. A casa está caindo aos pedaços, o mofo está roendo solto as paredes, a reforma parece se estender há mais de cinco meses e tudo continua a mesma. Claro, isto porque não estamos falando do serviço porco dado pelo atendente do balcão, que na maior parte do tempo está bêbado - exceto o China, que parece ser o único que leva o serviço a sério.
    Depois, vem o Blues Velvet e suas entradas fantásticas de R$15. E o pior: é quinzão apenas pra entrar! Independente se há bandas ou gente. É quinzão e pronto! O ambiente do Blues é elegante, confesso, mas não dá pra pagar só a elegância, poxa! Estamos falando de bares alternativos, onde os jovens vão se divertir e escutar músicas... quem sabe paquerar. São casas do povo, quase pups! Mas parece que o povo que eles querem não é o baixa renda.
    As casas alternativas se debandaram para a High-Society, só pode. Isto é a essência das casas alternativas de Florianópolis. Daí, quando entra na história botecos alternativos, no meio da rua e com música boa, estes caras perdem clientela. Não é por menos! A saber: botecos alternativos são aqueles situados na Travessa Ratcliff. 
    Os bares alternativos perderam a noção! Estão caros, ruins, sujos e chatos. 

Um comentário:

  1. A única e primeira vez que fui ao blues velvet...juntamente com meu amigo Domingos...tomamos muitas cervejas...mas muitas mesmo...e depois? Simples...pulamos la de cima para a liberdade pela parte de traz da casa. Um calote que me orgulho até hoje.

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