segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Rivera, Uruguai

Neste post trataremos da viagem para o Uruguai, desde Florianópolis. Descreveremos a rota, a viagem, os encantos e desencantos dos que vão ao país visinho para comprar, passear, comer e observar. Hoje, por estas bandas de Florianópolis e alguns outros lugares em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, a onda do momento é viajar para a fronteira com o Uruguai e comprar produtos que aqui no Brasil custam uma fortuna, produtos importados e de um “status” elevado para o nosso país. Lá, você encontra perfumes do Yves Saint Laurent, Calvin Klein, entre outros num preço muito convidativo. Para amantes de Victoria’s Secret, saibam que isto não é um produto luxuoso.




A trip começou saindo de Florianópolis. Daqui à cidade de Santana do Livramento (RS) – uma cidade homogeneizada com Rivera (URU) –, a viagem dura cerca de 11h de volante e aproximadamente 945 km de estrada. E por este motivo, o projeto de noticiabilidade e da pirâmide invertida serão deixados de lado e a proposta é contar este fato em ordem cronológica.

Como a viagem estava programada, sabíamos que a rota demoraria um pouco mais de 10h. Então, a fim de chegar a Rivera num horário que nos possibilitasse comprar, resolvemos sair de Florianópolis às 5:28h da manhã. Nosso marco Zero nesta viagem é o bairro de Coqueiros.
A rota é simples. Para quem sai de Santa Catarina na região do Litoral, ou voltado para o litoral, como é o caso de Joinville, Itajaí, Blumenau, etc., o melhor é pegar a rota da BR-101. Assim você consegue uma rota simplificada. Mas isto não significa que a estrada que você vai pegar em Santa Catarina seja a melhor possível. Sim! A BR-101 a partir do município da Palhoça passa a ter trechos duplicados e simples intercalados, cheios de buracos, remendos, manutenções e obras. Mas isto se resolve a partir de Gravataí – já no Rio Grande do Sul.
Se você sai do interior de Santa Catarina, outras rotas são mais recomendáveis, mas estas não ouso falar porque não as cumpri.
Voltando o assunto. Saindo de Florianópolis com o tanque cheio em um Fiat Strad 1.4, a nossa rota passou pela BR-101. Pegamos um pedaço da RS-030 para depois entrar na famosa Freeway, ou BR-290. O caminho é simples. Como diria o florianopolitano nativo: “segue reto toda a vida que tu chegas lá”. Só prepare o bolso para os pedágios. Em Santa Catarina (a partir de Florianópolis, claro), você paga míseros R$1,20 de pedágio – para aproveitar uma estrada esburacada, ruim e cheia de problemas e perigos –, mas ao chegar ao Rio Grande do Sul, prepare o bolso. Nenhum pedágio é barato – mas as estradas são divinas (se comparadas às de Santa Catarina e nunca às da Dinamarca e Alemanha). A média dos pedágios é de R$5,00. Porém, são somente três até nosso destino final. Então, 20 reais é o suficiente para chegar até lá.
A nossa primeira parada foi no município Gaúcho de Pantano Grande, há aproximadamente 580 km de Florianópolis às 12:40h – ou seja, cerca de 7h após o começo de nossa viagem. A cidade já fica na região dos Pampas Gaúchos, ou seja, coxilhas e retas infinitas são paisagens comuns por estas bandas. Esta foi a parada para abastecer e fazer um pequeno almoço.
Saindo de Pantano Grande, “tocamos” direto para Santa do Livramento. Chegamos lá um pouco mais das 16h. Isto é, nosso “pique” de viagem foi alto. Muitas vezes passando do limite permitido de TODAS as vias percorridas. Mas se você quer ser um sujeito na linha, correspondendo com os limites viários, saiba que você irá incomodar muita gente no trânsito. A estrada tem este limite, mas você pode ir além. Então, recomendo, ao não ver ninguém em sua frente, “desça o sarrafo”, pise o pé fundo e divirta-se com uma velocidade incomum em todo o nosso território.
Santana do Livramente e Riveira fundem-se em uma única cidade. Você só sabe em que país esta pela beleza e estrutura arquitetônica do local. Rivera é uma típica cidade Uruguai, disfarçando sua pobreza em prédios e arquitetura clássica invejáveis, já Livramento é um lugar normal, igual a qualquer outra cidade brasileira, esburacada, torta, cheia de mendigos e violenta – incrível como uma fronteira “invisível” é tão fortemente afirmada pelo “way of life”. Na fronteira você tem opções variadas de lugares para “posar” (como diriam os gaúchos). Hotéis super clássicos, modernos e simples estão espalhados por ambas as cidades.
Para quem gosta de reparar na cultura alheia, Rivera é simpática, já Livramento é feia e malvada. Você pode andar pelas ruas da cidade Uruguai tranquilamente à noite, já no lado brasileiro, a coisa é diferente. A violência toma conta e zonas de prostituição e outros são comuns.
Ao chegar no final da tarde em Rivera, você encontra algumas lojas abertas, chamadas de “Free Shops”. Alguns dizem que a Siñeriz, Barão e Fervi são as melhores ali naquelas redondezas. Na realidade, são as maiores e acabam tendo muitos produtos – e Rivera rima com bons produtos. Então, se você quer produtos diversos, ali são os melhores lugares para encontrá-los. Mas isto não quer dizer que você precisa ficar estagnado. Existem milhares de lojas dispostas a conquistar o “coração” brasileiro. Porém, tome cuidado! No lado brasileiro há uma espécie de “camelô” cheio de muambas paraguaias – e agora, muitos paraíbas vendendo cinto e carteira de “couro”. O uísque nesta área é fantasticamente barato. Mas a qualidade, também é fantasticamente inferior ao bom. Então, ao estar em Riveira-Livramento, você precisa saber onde e como comprar.
Porém, a parte chata da história, a cota brasileira para compras em Riveira ou qualquer outra cidade fronteiriça ao Uruguai, é de USS$350,00 em compras. Para quem quer ir para lá comprar alguns produtos da Victoria, ou levar aquilo que a cota permite, isto não vale a pena se partires de Santa Catarina ou acima. Se você for gaúcho isto, quem sabe, valha a penal. Mas para uma viagem de longa distância como esta, é preciso gastar muito além da cota, e isto acaba fazendo você pagar os impostos, e, por conseguinte, não valendo a viagem.
Então, Rivera é o lugar ideal para quem gosta de produtos importados e num bom preço, mas isto só é possível se você passar da cota estipulada pelo Governo Federal e se arriscar a perder toda a sua compra – ou pagar os impostos na aduana.
Para quem gosta de apreciar a gastronomia, cultura e outros requintes culturais, Riveira pode ser a porta de entrada para o Uruguai e ao conhecimento. Alguns lugares neste rincão são fantásticos. Uma boa comida, atendimento e preços fazem de Rivera uma boa pedia para uma noite prazerosa. Mas, como todo bom turista: tenha cuidado. O Uruguai é um país amistoso, mais ainda assim é sul-americano e tem muitos problemas sociais. Andar igual um “pato tonto” pelas ruas, mostrar produtos caros e desfilar como um pateta podem lhe custar caro.
Fica a dica: qualquer brasileiro que se preze acaba gastando mais que a cota limite estipulada pelo governo federal. Então, tome muito cuidado. O bom mesmo é pagar os impostos, mas isto fará com que sua viagem não valha a pena, mesmo vindo de Santana do Livramento.
Hora da volta.
Como na ida, a hora escolhida foi a madrugada. Partimos às 5:10h, pois o recomendado – inclusive em placas durante o trajeto – “viagem de dia, é mais bonito, é mais seguro”. Como só tínhamos abastecido em Pantano Grande na ida, fomos obrigados a parar em Rosário do Sul para abastecer às 06h29minh. Isto nos rendeu gasolina suficiente para chegar a Gravataí às 11h22min no posto/restaurante Graal para abastecer e comer.
Após todo este trabalho, só nos restava voltar para casa através da BR-101. Este trajeto nos rendeu mais algumas horas. Chegamos em casa às 16h49min.
Para quem escolhe fazer uma viagem como esta, partindo de Santa Catarina, a história é complicada. A sinalização e as estradas são péssimas. E o pior de toda esta história é que pagamos uma taxa elevadíssima para andar nestes buracos.
Para quem quer sair de sua cidade para fazer compras nesta cidade, a dica é: não vale a pena sair do Brasil para ir ao Uruguai comprar produtos e se tornar um cidadão ilegal, comprando muambas uruguaias para ser vendidas em território nacional. Se você quer comprar um Perfume Ives ou Calvin Klein, é melhor ficar na sua cidade. O Brasil agradece e as estradas também.
E para quem quer sair no lucro. Uma viagem desta precisa gastar – em mercadorias – no mínimo 2 mil dólares. Isto ultrapassa da cota brasileira. Portanto, é melhor comprar qualquer produto em sua cidade.
Fazenda de soja.

Campos gaúchos.

Marco de Livramento.

Praça Internacional - Lirvamento e Rivera.

Olhando em direção ao Brasil.

Região brasileira da fronteira.

Olhando para o Uruguai. rua Sarandi - a principal via de Rivera.




Rua no Uruguai.

Um dos melhores restaurantes de Rivera. Rua Sarandi.

O Brasil nunca muda, mesmo estando ao lado de um cultura diferente.

Olhando do Brasil para o Uruguai.

Rota.
Ficha
Hora
Quilometragem
Distância (km)
Litros
Km/l
Local
5:28
27.824
0
0
0
Fpolis
12:40
28.405
581
40,5
14,7
Pantano Grande
5:10
28.785
0
0
0
Livramento
6:29
28.894
481
39,700
12,3
Rosário do Sul
11:22
29.306
412
31,3
13,16
Gravataí
16:49
29.746
0
0
0
0

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