sábado, 18 de fevereiro de 2012

Sexta de Carnaval na Travessa Ratcliff e O Clube

São 18h na Travessa Ratcliff epor enquanto é um dia normal. Com exceção, é claro, que estamos na época decarnaval e a cidade está fervendo. Algumas pessoas estavam sem ligar para ocarnaval, parecia que nada estava acontecendo, pois estes escolheram ir para oretiro do Psicodália, lá no interior do Estado. Este pessoal, que também é habitué da travessa, bebia sua últimagelada em despedida e conferia os suprimentos das mochilas de acampamento. Logo,os habituais foram dando espaço para um pessoal não tão tradicional daquele ambientetão alternativo.


Assim, foram chegando as mãestrazendo os filhos pela mão e os papais com a molecada na garupa. As moçassolteiras também foram tomando seu lugar na calçada, com camisetas cor-de-rosa(do Bloco que ali iria fazer um samba) e cabelos escovados. Não demorou muitochegou o último trompetista do Bloco Dona Justa (de camiseta verde) e a músicacomeçou animando a rapaziada.


Em pouco tempo toda esta turma(as famílias, as moças solteiras, os músicos, as crianças e o pessoal dosdiversos blocos, além de nós: o casal de fotógrafos) foi toda se alinhando numcoro só. A criançada jogava confete e espuma para todo lado enquanto as motosda polícia militar passavam. Não havia o que temer, o clima era decordialidade, e pessoas que a gente nunca tinha visto por aquela travessa jáestavam tomando cerveja na mesma mesa e conversando sobre seus gostos maisíntimos. Antes desconhecidos já se convidavam para sambar, rapazes mascarados tiravamsuas mascaras e ofereciam para as garotas experimentarem a magia do carnaval.


Bem diferente disso, estava (maistarde) a última versão d’O Clube da Luta – no Mustafá. Lá ninguém tirava suamascara e nem os conhecidos nos cumprimentavam. Impossível não fazer acomparação do clima bem frio que estávamos inseridos agora (de caras e bocas)com o lugar de onde tínhamos recém saído minutos atrás: o quente e acolhedorcarnaval de blocos de rua, na travessa Ratcliff.





Uma coisa que ficou bem estranha n'O Clube foram as pessoas. Falo isto de verdade. Nossa mesa era habitada em alguns momentos por gente que eu nunca tinha visto na vida, que se sentavam, conversavam alguma coisa, como se fossemos amigos, ou simplesmente sentavam-se nas cadeiras, tomavam um gole de cerveja e saiam. Creio que este é o problema de ir a duas festas na mesma noite: sempre faremos comparações. Na primeira rimos junto com muita gente, as pessoas eram divertidas, etc. Enquanto que na segunda, já paramos na fila para entrar na casa.

Texto: Alessandra Knoll Pereira
Fotografia: Gabriel Pereira Knoll

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