O terceiro e último dia de comemoração de 286 anos de Florianópolis foi demais. Pena que as atrações eram boas em todos os lugares e nos limitamos apenas a ficar no bairro de Coqueiros, região continental. Entretanto, engana-se aquele que achou que a escolha foi errada. Shows super divertidos, ótima organização, volta de músico florianopolitano trazendo o que ele tem de melhor, Stand Up comedy, sol, tudo perfeito! Escolhemos os nossos da casa e deixamos o Lenine, que se apresentaria na Beira-Mar, para outra vez.
Começamos o dia no Parque de Coqueiros escutando o Darci e suas aventuras, contando as trapalhadas dele e do amigo Ganiza. Foi risada do início ao fim. Piada sadia e humor ilhéu dos melhores. Chega uma momento do show que o Darci pergunta quem era gaúcho, pra mostrar que essa coisa de dizer que é melhor é tudo besteira. Um rapaz aponta para o outro dizendo que o amigo era gaúcho. Darci, com toda a elegância e sotaque de mané pergunta pro rapaz: "mas és praticante?". Todos dão risadas, até o Darci, que não aguenta. Piada de gentílico que vai muito bem, porque ele sabe fazer o papel dele sem ofender - ele é comediante e dos bons.
Maratona Cultural sem um pouco do humor atual não seria interessante, não é verdade? Incrível, Sr. Darci. Como diz o outro: "dazumbanho".
Embora os mais chegados saibam que o Darci é o guitarrista do Dazaranha, banda que ia tocar mais pro final da noite, aquele personagem não podia ir embora assim! O pedido de bis e "quero mais" não pode ser atendido porque ainda havia outros artistas para se apresentar.
Após a apresentação humorística do Stand Up Comedy, era a vez das bandas subirem ao palco. A primeira banda, confesso, pouco tinha a ver com o local, mas ainda assim é cultura. A banda Mapuche faz um som ótimo, para músicos e alternativos. O quarteto de Florianópolis não inspirou muito o público, que saiu de fininho, deixando poucos adeptos da música alternativa em frente ao palco.
Que fique claro: a banda é muito boa e compõe músicas excelentes, não podemos dizer que os rapazes não deveriam estar na Maratona Cultura. Apenas acredito que, por questão de logística, eles poderiam ter sido alocados em outra disposição de músicos.  |
| Della e Peixoto revivendo a época de Aerocirco |
Agora era a vez dos Sardines, banda do músico catarinense Fábio Della, ex-Aerocirco, atualmente radicado em Belo Horizonte, Minas Gerais. Após o show dos Sardines deu aquela dor no coração de perdermos um músico e uma banda no nosso solo barriga-verde. Apesar de ser uma banda totalmente jovem e rock, o show dos rapazes foi fantástico, fazendo a turma inteira cantar e pular.
Mas a surpresa estava por vim. Todos que conheceram a trajetória da Aerocirco viam que o ex-guitarrista, Maurício Peixoto, estava por ali. Até então, podíamos acreditar que a amizade é que fazia o rapaz de cabelos esvoaçantes e camiseta xadrez estar lá - e claro, o gosto pela boa música. Ledo engano! Peixoto sobe no palco, toma a guitarra, pluga e começa a tocar as músicas com os Sardines e os clássicos da Aerocirco. O público vai ao delírio: não só pela performance dos integrantes, mas pelo carisma dos rapazes. O sol se vai e deixa este presente a nós! E isto não é o fim.
A bola da vez era o Dazaranha. Aquela música com a malemolência de Florianópolis; mais mané que o Daza, impossível. Foi aí que o Parque de Coqueiros ficou pequeno. Era gente pra tudo quanto é lado, cantando, dançando, tudo na maior paz. Show do Daza não tem espaço para outra coisa exceto a música e a paz. Como dizem eles: "eu sou pequeno por coisas pequenas". E a letra ecoa em todos, mostrando que o florianopolitano é grande de coração e de recepção. Momento algum o Gazu cantou sozinho; foi fantástico. Os rapazes estão de parabéns!Fotografia: Gabriel P. Knoll
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