terça-feira, 21 de agosto de 2012

Café Trajano - cyber café (Florianópolis- SC)

       Numa das principais ruas de Floripa fica o Café Trajano, no qual podemos tomar um cappuccino numa das poltronas confortáveis do ambiente interno, ou sentarmos no lado de fora e observar os intrigantes passantes. O clima para os que escolhem sentar na rua é bem simples, com cadeiras rústicas e misturado com o povo que passa por ali. Alguns até param para conversar ou (como fez um dos mendigos hoje, enquanto eu estava tomando meu café ali) pedir se não temos "mil reais pra dar" (vê se pode, isso que é pedinte com objetivo e ambição, hem?). Já dentro do café o ambiente é agradável e bem aconchegante, com poltronas e espaço climatizado mais frequentado pelos empresários e pessoal que gosta menos desse contato com o pessoal de fora.

        A localização do Cyber Café é um dos pontos fortes do empreendimento, visto que por ali passam muitas pessoas diariamente: jovens indo estudar, moças fazendo compras, idosos a passear e muitos trabalhadores nos intervalos do expediente. O café Trajano fica bem localizado nesta pitoresca rua, onde a escadaria do Rosário (ponto de encontro dos jovens alternativos) faz parte da vista para quem resolve sentar do lado de fora do café e observar ao fundo a antiga igreja branca com detalhes em amarelo ocre, a completar o cenário urbano na nossa capital. A própria arquitetura do Café Trajano completa a vista da rua, combinando com a igreja barroca e as casas antigas dali. Pintada em rosa com detalhes creme, a casa do Café está com sua entrada bem conservada e juntamente com a rua de pedras (paralelepípedo) faz deste lugar um espacinho da ilha que ainda remonta ao passado.
  
      Até então, tudo estava indo muito bem, mas calma (muita calma) as aparências podem enganar. O atendimento é um pouco demorado, sentei-me na rua, porém desisti de esperar alguém aparecer para atender. Assim me dirigi ao balcão mas também demoraram para me "notar" ali. Enfim, perguntaram o que eu queria. Sem menu aparente (em quadros de giz ou de alguma forma visível) pedi pelo cardápio que eu também não encontrava ali no balcão. O atendente pegou-o de dentro do balcão e ficou esperando eu escolher. Sendo a primeira vez que eu ia ali, fiquei um pouco constrangida, pois queria ver direito o que a casa tinha para oferecer, mas o atendente ali... impaciente. Pedi logo um "Capuccino Brasileiro" que custa R$ 4,50 (e lhe digo que escolhi um dos mais em conta) e na falta de uma torta ao meu agrado acabei pedindo um salgado e recorri ao empanado comum, um de camarão para mim e outro de calabresa para o Gabriel.
      O de calabresa estava apetitoso, porém o de camarão... bom, o de camarão era na verdade de uma pasta de molho de camarão, tempero, trigo e alguns poucos exemplares desta especiaria (que até parece que é raríssima, das Arabias... para ter tão pouco num empanado de R$ 5,50). Confira você mesmo a foto ao lado e tire suas conclusões.
     Fiquei decepcionada (afinal estamos no litoral, onde frutos do mar deveriam ser abundantes) mas coloquei minhas esperanças no cappuccino. Este demorou a aparecer, já tínhamos acabado de comer o salgado quando finalmente veio o café. 



       Para finalizar, o "Cappuccino Brasileiro" foi mesmo uma boa escolha, estava ótimo. Pena que eu já estava decepcionada com o resto (demora, preço absurdo, empanado de camarão quase sem camarão). De forma que acabei pensando que, fazendo um balanço geral, não vale a pena voltar lá. Com tantos cafés espalhados pelo centro para algum me conquistar tem que ser no mínimo um que não me deixe irritada. Afinal, já tem muita irritação que vem de graça nessa nossa vida urbana que pagar (caro) pra ficar irritada ou insatisfeita não está nos meus planos. Quando o cliente se sente enganado em algo (ou deixado de lado, como na demora para atender ou quando a gente parece invisível ali parada no balcão) acaba achando tudo ruim. Saí de lá achando tudo caro demais pro que eu recebi. O Café Trajano tinha tudo para ser legal, aproveitar o clima da cidade, as construções antigas, o movimento, mas acabou deixando a desejar no clima interno. É como aquele romance que não deu certo, tinha tudo pra ter um super clima, mas não nos sentimos especial e acabamos dando o fora.



Fotos: Alessandra K. Pereira e Gabriel P. Knoll
Texto: Alessandra Knoll Pereira



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