domingo, 27 de janeiro de 2013

Grafitagem é arte!




Isto79, Fylo e Hope no centro de Florianópolis
Qual a diferença entre pichação e grafitagem? É nesta definição que reside o esclarecimento de uma das atividades urbanas mais típicas. Enquanto a primeira é definida como frases e rabiscos com tinta spray em muros de residências para fins políticos de protesto e outras atividades não tão aceitáveis, a grafitagem é arte – respeita o espaço público e privado!

 

Hope, Akzo e Isto79
A história desta forma de arte é um pouco conturbada e parece não haver consenso, mas o ano de 1968 e Paris são os pontos de partida da grafitagem. Contribuindo para o movimento, temos a cidade de Nova Iorque dos anos 1980 como o ícone desta arte de rua. Atualmente a grafitagem também é ligada ao movimento do Hip-Hop, que usa dos elementos das periferias das grandes cidades para crescer enquanto movimento cultural. Quer dizer, os elementos sociais da periferia são exteriorizados no Rap e no Grafite dos muros das cidades. A grafitagem para alguns é chamada de atividade marginal, para outros de arte, e alguns tantos de “isso é nossa vida”. 

Como a grafitagem é uma arte que ainda não alcançou o público erudito, o espaço cedido pela sociedade ainda é pequeno, embora esta manifestação venha crescendo no Brasil e no Mundo. Mas neste sábado (26), Florianópolis foi palco de um encontro de grupos evangélicos que tem por finalidade agregar pessoas à sociedade. Para contribuir com esta ação, grafiteiros (participantes das igrejas) estavam presentes no evento. Foi aí surgiu a oportunidade de conversar francamente com quem geralmente não é visto e ouvido.
Akme - Hope - Daia
Heal - Chico - PC
Fylo - Israel - Ciclop - Akzo - Jota - Isto79
Portavoz Mc
Os rapazes (foto acima) são de Curitiba, Paraná, e vieram para Florianópolis de excursão deixando suas marcas pela cidade. Em uma conversa pra lá de informal, contaram como funciona o movimento e explicaram a relação deles com os muros das cidades. “A gente só pinta muro que o cara autoriza”, comentou Ciclop. O muro grafitado da foto, por exemplo, foi cedido pelo dono do lavacar para os rapazes. Perguntado sobre os grafites em patrimônios públicos, como viadutos, pontes e paredes, explicaram que “funciona através da Lei de Incentivo: é aberto licitação para os grupos se inscreverem, a gente faz os projetos e se passar a prefeitura libera”. 

Com cara de bad-boy, os rapazes se desfazem do semblante bravo para dar risadas e contar histórias engraçadas sobre o movimento. Uma turma simpática e super atenciosa. No final da conversa elogiaram a cidade, dizendo que “Florianópolis é muito limpa”, e repassaram que “em Curitiba é tudo pichado, o pessoal daqui está de parabéns”.

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