Isto79, Fylo e Hope no centro de Florianópolis |
Qual a diferença entre pichação e grafitagem? É nesta
definição que reside o esclarecimento de uma das atividades urbanas mais
típicas. Enquanto a primeira é definida como frases e rabiscos com tinta spray
em muros de residências para fins políticos de protesto e outras atividades não
tão aceitáveis, a grafitagem é arte – respeita o espaço público e privado!
Hope, Akzo e Isto79 |
A história desta forma de arte é um pouco conturbada e
parece não haver consenso, mas o ano de 1968 e Paris são os pontos de partida
da grafitagem. Contribuindo para o movimento, temos a cidade de Nova Iorque dos
anos 1980 como o ícone desta arte de rua. Atualmente a grafitagem também é ligada
ao movimento do Hip-Hop, que usa dos elementos das periferias das grandes
cidades para crescer enquanto movimento cultural. Quer dizer, os elementos
sociais da periferia são exteriorizados no Rap e no Grafite dos muros das
cidades. A grafitagem para alguns é chamada de atividade marginal, para outros
de arte, e alguns tantos de “isso é nossa vida”.
Como a grafitagem é uma arte que ainda não alcançou o
público erudito, o espaço cedido pela sociedade ainda é pequeno, embora esta
manifestação venha crescendo no Brasil e no Mundo. Mas neste sábado (26),
Florianópolis foi palco de um encontro de grupos evangélicos que tem por
finalidade agregar pessoas à sociedade. Para contribuir com esta ação,
grafiteiros (participantes das igrejas) estavam presentes no evento. Foi aí
surgiu a oportunidade de conversar francamente com quem geralmente não é visto
e ouvido.
Akme - Hope - Daia Heal - Chico - PC Fylo - Israel - Ciclop - Akzo - Jota - Isto79 Portavoz Mc |
Os rapazes (foto acima) são de Curitiba, Paraná, e vieram
para Florianópolis de excursão deixando suas marcas pela cidade. Em uma
conversa pra lá de informal, contaram como funciona o movimento e explicaram a
relação deles com os muros das cidades. “A gente só pinta muro que o cara
autoriza”, comentou Ciclop. O muro grafitado da foto, por exemplo, foi cedido
pelo dono do lavacar para os rapazes.
Perguntado sobre os grafites em patrimônios públicos, como viadutos, pontes e
paredes, explicaram que “funciona através da Lei de Incentivo: é aberto
licitação para os grupos se inscreverem, a gente faz os projetos e se passar a
prefeitura libera”.
Com cara de bad-boy, os rapazes se desfazem do semblante
bravo para dar risadas e contar histórias engraçadas sobre o movimento. Uma
turma simpática e super atenciosa. No final da conversa elogiaram a cidade,
dizendo que “Florianópolis é muito limpa”, e repassaram que “em Curitiba é tudo
pichado, o pessoal daqui está de parabéns”.
Tem cada coisa linda!!
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