quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Concerto de primavera - cobertura do evento

 É aquela mesma história de sempre: reclamam que a capital de Santa Catarina não tem cultura, mas quando há eventos deste porte os "reclamões" não aparecem lá para prestigiar a cultura da nossa cidade. Ocorre que, ou as pessoas que reclamam da falta de eventos culturais aproveitam para ir ao bar (e reclamar que aqui não há opção de cultura), ou eles dizem que "isso aí é chato". Pois bem, é tão chato que grande parte dos músicos era de adolescentes e crianças que para conquistar o público tocaram até a banda adolecente Coldplay. De fato, para quem é velho até para escutar boa música feita por jovens, ao ar livre, na frente de um museu histórico de Florianópolis é chato.
      O evento Concerto de Primavera escolheu um dos melhores lugares da cidade para mostrar um belo espetáculo de música clássica: o jardim do Palácio Cruz e Souza. É um prazer olhar para o lado e ver cenas belíssimas de crianças e adultos sorrindo com o casarão rosa e branco ao fundo, ver a história de Florianópolis e Santa Catarina transbordar enquanto passamos pelos elementos de museu, ler o pequeno texto do incrível poeta, a quem o palácio recebeu o nome, Cruz e Souza. Ainda mais a simpatia do povo, a educação de gente polida e de bem com a vida. A mágica de se reencontrar no mundo humano foi feita nesta quarta-feira!



  O mais interessante de uma apresentação destas é ver rostos completamente diferentes do estereótipo do músico clássico e erudito. Mas é claro, a seriedade desta turma ao entrar em cena muda. O profissionalismo toma conta e o que já é por si só belo, se torna mais belo ainda: lírico. E a simpatia do maestro é ainda mais bela, percebe-se pelo seu jeito de agradecer ao fim de cada música a sua alegria em estar ali. sabermos quando alguém gosta do que faz, quando ela transparece que não desejaria estar em nenhum outor local que não fosse ali, conduzindo aqueles músicos numa apresentação intimista. Outo ponto alto é que a apresentação aberta ao público chama a atenção dos passantes, do vendedor de pipocas, dos officeboys apressados, e do povo em geral que parou alguns minutos para ver aquele espetáculo. Mesmo que não entendessem de música, víamos que estavam emocionados ao ouvir Mozart. "Esse tal de Môza, né? gostei disso aí?". Entretanto, como diria o grande filósofo alemão-prussiano: conhecer o que é o belo não é uma tarefa fácil e para qualquer um. 
    Uma das cenas que mais me encantou foi a de uma senhora, provavelmente funcionária do museu, dando aquela fugidinha básica do serviço para assistir um pouco da peça no alto da janela de um dos aposentos do prédio. Ale ficou ali, até o final da música, acompanhando a batuta do maestro e os arcos dos violinistas subirem e descerem, no mais absoluto transe hipinótico, como as partidas de tênis costumam produzir. 

   
    Infelizmente a equipe do Síntese Semanal precisou sair antes do fim do espetáculo (afinal, precisa-se "bater o ponto", moçada). Mas, como forma de agradecimento, damos os parabéns a todos os músicos, organização, escolas e também à Fundação Franklin Cascaes, que juntos promoveram um evento magnânimo no centro de Florianópolis. Ao menos, para nós, saímos no lucro do evento: além das fotos, conseguimos, mais uma vez, construir contatos e amizades num evento da cidade.



Fotografias: Gabriel
Texto: Gabriel e Alessandra

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