sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Fernando de Noronha (PE) - Paraíso ou Inferno?


O arquipélago de Fernando de Noronha é chamado pelas mídias de turismo de “filial do Éden”. Propagandas exageradas a parte, o paraíso distante (sem infra estrutura e onde tudo é caro demais) pode facilmente se tornar um inferno. Todos os suprimentos e turistas da ilha só podem chegar a ela por via aérea ou marítima. Nada é fabricado na ilha, logo: tudo é caro.  A infra estrutura é precária, e deixa muito a desejar para os turistas que estão acostumados a viajarem pelo mundo afora, pernoitar em hotéis quatro ou cinco estrelas, e almoçar em restaurantes refinados. Estes turistas classe A ficam espantados com o custo-benefício de Noronha, visto que  o preço que se paga é muito alto para o pouco que se recebe.

O inferno começa apenas aí, ainda vamos lembrar que a  única agência na ilha é do Banco Santander, com caixa interligado à Rede 24 Horas. Há dois caixas eletrônicos do Bradesco, e para quem tem conta na Caixa Econômica Federal há a opção de utilizar a lotérica. Os desavisados correm o risco de ficarem sem dinheiro, numa ilha em que beber água é caro, e se paga até para respirar. Se paga para respirar mesmo, visto que a taxa de permanência (Apenas 240 pessoas podem pernoitar no arquipélago ao mesmo tempo, para proteger suas belezas naturais) é cara e acaba apimentando mais os gastos. O aeroporto perde para qualquer rodoviária de cidade pequena, mas a ilha é mesmo pequena, com  apenas 17 quilômetros quadrados e a menor rodovia BR do país.  


 O arquipélago (descoberto em 1503) funcionou até 1982  como presídio ou como área militar e isso ajudou a manter as belezas naturais,  pois somente nos anos 90 a ilha foi aberta ao turismo, e mesmo assim, com muitas restrições. Assim, foi transformada em Parque Nacional Marinho e tombada pela Unesco  (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) como Patrimônio Mundial Natural, por isso  não esqueça de trazer o lixo de volta em cada local que você passar por lá.
 Então aí vão algumas dicas importantes: leve sempre o que for preciso para algum pequeno mergulho, protetor solar e tudo que você necessitar para sua sobrevivência até o fim do dia. Não esqueça de levar muita  água e um bom lanche, pois (lembramos) não há infra estrutura de barracas na maioria das praias para vender coisa alguma. Se você esquecer o protetor vai se queimar e se esquecer água vai morrer de sede. Paraíso ou inferno? Você decide. 
 Percebe-se que quem escolhe Fernando de Noronha deve ter em mente que é um local para apreciar a grandiosidade da natureza, e esquecer do conforto urbano. As maiores atrações de lá (além das belezas naturais e esportes) são:  a palestra do Projeto Tamar  e o forró do Bar do Cachorro.  
 
Para quem quer curtir o dia e não a noite, há quase infinitas opções, desde ficar no raso olhando os peixes, até esportes mais radicais. Há diversas caminhadas, voltas de  caiaque, passeios de barco e de bugue, observação de golfinhos, prática de surf e mergulho. Noronha é um dos  melhores lugares do mundo para este último esporte, que é o número um em Noronha.  Mesmo quem não pretende fazer um mergulho profundo pode apreciar a fauna marinha de em seu habitat, nas piscinas naturais das praias do Atalaia, Sueste e da Baía do Sancho, e nos aquários formados pelas pedras da Baía dos Porcos é possível ver peixes, tartarugas e de arraias. Os meses de dezembro a fevereiro  são dos melhores para a prática de surf.
 
 Ainda dentro dos esportes, o "mergulho a reboque”, ou Planasub,  é feito com o uso de máscara, snorkel e prancha acrílica. O turista é rebocado por barco ou lancha sobre áreas de concentração de vida marinha e onde ocorreram naufrágios. A modalidade esportiva exótica foi criada em Noronha mesmo.  Além disso, o arquélogo tem dez trilhas principais que levam às praias e mirantes, porém tem que ir com guia, e este é pago. Imaginou que alguma coisa na ilha seria de graça?

     A época seca vai de agosto a fevereiro, então é bom evitar visitar Noronha em março e abril, quando chove muito. A temporada de surf vai de dezembro a fevereiro. Já entre agosto e novembro o mar vira uma piscina e fica perfeito para a prática do mergulho. Para acompanhar a desova das tartarugas é melhor ir entre abril e julho.Há opções para todo o ano.

         Os cartões-postais de Noronha são o morros dos Dois Irmãos e do Pico. Dentre as praias, as mais famosas são :do Sancho, dos Porcos e do Leão, que figuram a lista das dez mais bonitas do Brasil. As diversas praias são divididas em duas costas mar de dentro e mar de fora.

      Sobre isso, agora, só na próxima postagem, onde serão detalhadas as praias e pontos forte da cada localidade visitada pelo  nosso correspondente, Ernani Luz, que irá também dar dicas sobre restaurantes e pratos que realmente valem a pena.

Informações e Fotos: Ernani Luz
Edição fotográfica e Texto: Alessandra

2 comentários:

  1. Paraíso da natureza e inferno dos homens.
    Eu fico com dois corações, se melhorar a infra, pioram as praias.

    Quando conheci Bombinhas-SC em 1982, guardadas devidas comparações com Noronha, tinha um camping e um restaurante. Hoje perde-se a conta dos prédios. A praia ainda linda perdeu a magia.

    Mas, também os preços tem que ser compatível com o que oferecem.

    www.cchamun.blogspot.com.br
    Histórias, estórias e outras polêmicas

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    1. concordo. Mas dá pra manter a natureza, os 200 turistas apenas e mesmo assim ter infra de qualidade. e não tão cara ne. abraço!

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